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sábado, 21 de julho de 2007

Do lixo para o asfalto

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) apresentará à Secretaria de Infra-estrutura Urbana e Obras da Prefeitura de São Paulo uma alternativa ecologicamente correta e barata para asfaltar as ruas não-pavimentadas na periferia da cidade: o pavimento ecológico.
Atualmente, existem cerca de 4 mil quilômetros de ruas sem pavimentação na cidade, uma extensão maior que a distância entre a cidade de São Paulo e Manaus. Desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Transportes da Poli, o pavimento ecológico é feito a partir de entulho da construção civil, como restos de pilares, vigas, tijolos, telhas e argamassa, além de pneus velhos.
Solução sustentável - O uso do pavimento ecológico é um bom exemplo de como associar desenvolvimento à preocupação ambiental: sua utilização na USP Leste evitou que 15 mil toneladas de entulho e cerca de 6,5 mil pneus velhos fossem parar nos aterros da cidade ou depositados ilegalmente à beira de estradas, ruas e córregos. Só a cidade de São Paulo produz cerca de 16 mil toneladas de entulho de construção civil por dia, com o agravante de ser escasso o espaço físico disponível para a construção de novos aterros. “Além de reaproveitar o entulho da construção civil – um material nobre e caro -, a utilização do pavimento ecológico em larga escala ajudaria a diminuir os danos ambientais causados pelo despejo ilegal”, afirma a chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli, Liedi Bernucci, que coordena as pesquisas sobre o pavimento ecológico. Ela ressalta que o depósito ilegal de entulho é uma das principais causas de assoreamento e enchentes em épocas de chuva, devido à diminuição da capacidade dos córregos e do sistema de drenagem.
Estudos apontam que entre 40% e 60% dos resíduos sólidos despejados nos aterros de todo o Brasil poderiam ser reaproveitados na pavimentação, na produção de blocos pré-moldados, de argamassa e em outras finalidades.
O pavimento ecológico apresenta ainda duas vantagens em relação à brita, material usado convencionalmente na pavimentação – é cerca de 30% mais barato e apresenta ganho de resistência com o tempo, o que o torna mais durável. Testes em laboratório apontaram ganho de resistência de até 30% ao final de seis meses de estudo, diferentemente da brita que mantém inalterada sua resistência.
Todas essas vantagens fazem do pavimento ecológico uma excelente alternativa para a prefeitura ampliar o serviço de pavimentação na cidade. “Nosso interesse é transferir a tecnologia à prefeitura para ajudar a solucionar um problema importante da cidade, pois não é possível organizar bem o espaço urbano enquanto existirem ruas sem pavimentação”, afirma Liedi.


Texto retirado do site abaixo:

http://www.superobra.com/

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