O que é mais útil para o engenheiro: a matemática ou a filosofia? É mais do que provável que todo estudante de engenharia odeie línguas e deteste história. Além do mais, ele geralmente não é muito bom nisso. Ele quer ser engenheiro ou o que pensa que é ser engenheiro – e não admite perder tempo com matérias ”pó-de-arroz”. Todavia, a experiência mostra que à medida que o engenheiro progride na sua carreira, ele se afasta mais e mais da tecnologia, passando a depender em escala crescente de tipos de conhecimento não adquiridos na Universidade.
As Cinco Idades – Escreveu Shakespeare que o homem passa por sete idades entre o berço e a tumba. O engenheiro atravessa pelo menos cinco entre a formatura e a desintegração. Isto é confirmado por antigos alunos da Colômbia e Pádua, e o deão Ryder de Michigan State, chegou até a dar-lhes nomes. Eis a sua classificação:
TECNOLOGISTA APLICADO – Durante os primeiros anos depois de formado, o engenheiro aprende os truques práticos da profissão e contata que nem todos os problemas têm soluções concisas e adequadas – na verdade, os próprios problemas podem não ser concisos ou adequados. Escreve à Universidade, dizendo que os cursos deveriam ter sido mais práticos, com aplicações diretas, apropriadas às suas necessidades atuais: que deveriam ter-lhe ensinado que engrenagens com passo 13 1/2 não são muito comuns.
TECNOLOGISTA CIENTÍFICO – Cinco a dez anos depois de formado o engenheiro começa a enxergar a mata em vez das árvores. Agora seleciona métodos de ataque aos problemas, propõe novas técnicas, planeja o trabalho de uma nova geração de tecnologistas aplicados. Escreve à Universidade que deveriam ter tido cursos mais profundos em física, química, termodinâmica, mecânica de fluídos, eletricidade - ou mesmo intrincados problemas de órbitas ou giroscopia automática.
ENGENHEIRO CHEFE - Depois de dez a quinze anos de formado, ele começa a subir aos escalões mais altos da empresa. Já é o responsável pelo trabalho de um grupo de homens. Seu nível de planejamento técnico é mais do que elevado. E já começa a ter algumas responsabilidades administrativas. Descobre que os engenheiros, o pessoal da fábrica e até os contadores são gente: que o relatório cujo prazo de entrega é na terça-feira, será lido com mais boa vontade na segunda que na quarta. Diz a Universidade que o currículo não tinha bastante matérias de administração, línguas, contabilidade, orçamento, organização e relações humanas. E, dessas matérias, as que ele cursou deveriam ser obrigatórias, ao invés de optativas.
GERENTE DE ENGENHARIA – Com quinze a vinte anos de formado, é chefe de um grande departamento, ou mesmo de uma fábrica. Seu chefe imediato é da cúpula – um dos diretores da empresa. Terá outros encargos, além da engenharia. Mesmo nesta, ele antes cria, anima ou orienta do que executa. Informa à Universidade que seus cursos deveriam ter incluído direito comercial, relações industriais, mercadologia, teoria de administração, moeda e finanças. Socialmente, seu grupo de referência já é outro. Premido pelos novos amigos e pela família, descobre que precisa melhorar o seu relacionamento externo, adquirindo conhecimentos de golfe, pescaria, arte popular, música. Começa a pensar se não deveria primeiro ter feito um curso de Ciências Sociais.
ENGENHEIRO COMPLETO - Vinte a vinte e cinco anos de formado, está próximo da consagração. É diretor ou mesmo presidente da uma empresa. Diz aos outros que devem manter a organização funcionando bem, que estejam a par da últimas novidades, que os custos devem baixar e a produtividade aumentar. Mostra profundo interesse pela “imagem” sua e da empresa – e constata que é preciso dar uma mão às filiais e inspecionar as associadas. Encara ações e quadros estatísticos do ponto de vista do investidor, música como patrono; começa a ficar acostumado à presidência da campanha do cobertor e ao fato de ser marido da presidente da Liga Cultural Feminina. Escreve à Universidade que ninguém pode ter êxito sem uma boa base de humanidade; que irá estabelecer um fundo de bolsas de humanidades para engenheiros – contanto que o fundo receba o nome do seu pai.
O FILÓSOFO - Se ele for realmente bom terá passado todo esse tempo em programas intensivos de treinamento próprio, adquirindo essa infinidade de conhecimentos tão necessários – forjando o próximo degrau da escala de suas ambições. E não se dará conta, senão ao chegar à sexta idade – a do engenheiro filósofo – de que ninguém poderia ter previsto suas necessidades ou atendido a elas – ele teria reclamado seriamente se alguém o tivesse tentado. Uma prova de que a perspectiva profissional muda com o tempo e a distância. Só a retrovisão continua perfeita através dos anos.
As Cinco Idades – Escreveu Shakespeare que o homem passa por sete idades entre o berço e a tumba. O engenheiro atravessa pelo menos cinco entre a formatura e a desintegração. Isto é confirmado por antigos alunos da Colômbia e Pádua, e o deão Ryder de Michigan State, chegou até a dar-lhes nomes. Eis a sua classificação:
TECNOLOGISTA APLICADO – Durante os primeiros anos depois de formado, o engenheiro aprende os truques práticos da profissão e contata que nem todos os problemas têm soluções concisas e adequadas – na verdade, os próprios problemas podem não ser concisos ou adequados. Escreve à Universidade, dizendo que os cursos deveriam ter sido mais práticos, com aplicações diretas, apropriadas às suas necessidades atuais: que deveriam ter-lhe ensinado que engrenagens com passo 13 1/2 não são muito comuns.
TECNOLOGISTA CIENTÍFICO – Cinco a dez anos depois de formado o engenheiro começa a enxergar a mata em vez das árvores. Agora seleciona métodos de ataque aos problemas, propõe novas técnicas, planeja o trabalho de uma nova geração de tecnologistas aplicados. Escreve à Universidade que deveriam ter tido cursos mais profundos em física, química, termodinâmica, mecânica de fluídos, eletricidade - ou mesmo intrincados problemas de órbitas ou giroscopia automática.
ENGENHEIRO CHEFE - Depois de dez a quinze anos de formado, ele começa a subir aos escalões mais altos da empresa. Já é o responsável pelo trabalho de um grupo de homens. Seu nível de planejamento técnico é mais do que elevado. E já começa a ter algumas responsabilidades administrativas. Descobre que os engenheiros, o pessoal da fábrica e até os contadores são gente: que o relatório cujo prazo de entrega é na terça-feira, será lido com mais boa vontade na segunda que na quarta. Diz a Universidade que o currículo não tinha bastante matérias de administração, línguas, contabilidade, orçamento, organização e relações humanas. E, dessas matérias, as que ele cursou deveriam ser obrigatórias, ao invés de optativas.
GERENTE DE ENGENHARIA – Com quinze a vinte anos de formado, é chefe de um grande departamento, ou mesmo de uma fábrica. Seu chefe imediato é da cúpula – um dos diretores da empresa. Terá outros encargos, além da engenharia. Mesmo nesta, ele antes cria, anima ou orienta do que executa. Informa à Universidade que seus cursos deveriam ter incluído direito comercial, relações industriais, mercadologia, teoria de administração, moeda e finanças. Socialmente, seu grupo de referência já é outro. Premido pelos novos amigos e pela família, descobre que precisa melhorar o seu relacionamento externo, adquirindo conhecimentos de golfe, pescaria, arte popular, música. Começa a pensar se não deveria primeiro ter feito um curso de Ciências Sociais.
ENGENHEIRO COMPLETO - Vinte a vinte e cinco anos de formado, está próximo da consagração. É diretor ou mesmo presidente da uma empresa. Diz aos outros que devem manter a organização funcionando bem, que estejam a par da últimas novidades, que os custos devem baixar e a produtividade aumentar. Mostra profundo interesse pela “imagem” sua e da empresa – e constata que é preciso dar uma mão às filiais e inspecionar as associadas. Encara ações e quadros estatísticos do ponto de vista do investidor, música como patrono; começa a ficar acostumado à presidência da campanha do cobertor e ao fato de ser marido da presidente da Liga Cultural Feminina. Escreve à Universidade que ninguém pode ter êxito sem uma boa base de humanidade; que irá estabelecer um fundo de bolsas de humanidades para engenheiros – contanto que o fundo receba o nome do seu pai.
O FILÓSOFO - Se ele for realmente bom terá passado todo esse tempo em programas intensivos de treinamento próprio, adquirindo essa infinidade de conhecimentos tão necessários – forjando o próximo degrau da escala de suas ambições. E não se dará conta, senão ao chegar à sexta idade – a do engenheiro filósofo – de que ninguém poderia ter previsto suas necessidades ou atendido a elas – ele teria reclamado seriamente se alguém o tivesse tentado. Uma prova de que a perspectiva profissional muda com o tempo e a distância. Só a retrovisão continua perfeita através dos anos.
Adaptao do Product Engineering
Texto de um antigo jornal da classe de Engenharia
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