Pesquisadores da UnB mostram como o entulho pode ser reaproveitado nos canteiros de obras
Encontrar entulho misturado a lixo orgânico em locais proibidos é uma cena corriqueira em depósitos clandestinos de lixo no Distrito Federal. Dados do Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade (Lacis) da Universidade de Brasília (UnB) apontam que 50% do volume de lixo no DF são de restos de material de construção. O que poucos sabem, e que os técnicos do Lacis trabalham para tentar reverter esse dado, é que 80% desse material pode ser reciclado. Os entulhos da construção civil — pedaços de tijolos, pedras, caliça, placas de concreto, madeira etc. — podem voltar a ser matéria-prima nos canteiros de obras.
De acordo com a diretora do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Fátima Có, são recolhidas, por mês, cerca de 70 mil toneladas de entulho das ruas do DF. O mais grave, segundo Fátima, é que não há pontos de transbordo para entulho, a não ser o Lixão da Estrutural. “Nosso projeto é implantar 70 bases, que chamaremos de Eco Pontos para depositar entulhos, mas ainda estamos trabalhando para conseguir realizar o projeto”, diz a diretora.
Sobras de concreto, argamassa, tijolos, cerâmica. A equipe do Lacis formada por professores e alunos da graduação e pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de Brasília (FAU) estuda uma tecnologia de reciclagem de resíduos sólidos para que os materiais sejam reaproveitados em novas construções, após separados do lixo orgânico e triturados em um moinho de martelo. O resultado é um novo agregado, muito parecido com brita, que pode ser usado para a fabricação de base e sub-base de camadas de asfalto, pisos, meio-fio, placas de revestimento.
Fábrica de blocos
De acordo com a coordenadora do projeto, a professora Raquel Naves Blumenschein, o planeta inteiro ganha com a reciclagem de entulho. “Reutilizando esses materiais, deixamos de tirar matéria-prima da natureza. A reciclagem é feita em outros países, mas aqui no Brasil a iniciativa é tímida”, ressalta. Atualmente os estudantes da UnB e técnicos que atuam no Lacis estão se dedicando à fabricação de bloquetes de concreto para pisos. O material será utilizado no piso da nova sede do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da UnB, que será construído em 2008. O trabalho faz parte do Programa de Gestão de Materiais (PGM), promovido pela UnB em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção do DF (Sinduscon).
Os resíduos utilizados para a fabricação dos bloquetes serão retirados dos canteiros de obras da UnB e de empresas ligadas à Ascolis. Funcionários da prefeitura da UnB foram capacitados para recolher e transportar os resíduos. A professora explica que o processo é simples. Depois de passar restos de concreto usados em calçadas, ou de cerâmica no triturador, basta misturá-los com outros compostos. “ Aí é só dosar a quantidade de areia e cimento, de acordo com a aplicação que desejarmos”.
O projeto de gestão de entulho do Lacis começou em 2004 em parceria com o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB). A UnB também conta com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Cerca de 1.650 trabalhadores em canteiros e obras já receberam orientações de como adotar a Resolução n º 307, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que ressalta a importância de minimizar os impactos ambientais causados pelo entulho. De acordo com a professora, poucas pessoas conhecem a resolução e com isso deixam de reaproveitar os materiais.
Na onda da sustentabilidade
Até agora, o bloquete para piso é o primeiro produto estudado pelo Lacir que terá uma destinação específica, a sede do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS). A aluna do projeto Paula Medeiros Rodolpho observa que é possível produzir outros produtos, a partir dos blocos. “Dá para criar outros tipos de revestimento para piso e fazer blocos coloridos para calçadas. Com mais estudo, também será possível desenvolver, a partir da base, argamassa de revestimento”, explica.
Os bloquetes foram testados no Laboratório de Construção Civil do Senai. Passaram por testes de controle de qualidade da matéria-prima e foram aprovados. Nesses testes é possível avaliar a quantidade de cimento que o agregado precisa para ser misturado de acordo com a finalidade. “Os testes são fundamentais para certificarmos que o produto vai desempenhar sua finalidade. O produto tem que passar pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas”, ressalta Henrique Tiveron, engenheiro civil coordenador do Laboratório de Construção Civil do Senai. O arquiteto que projetou a sede do CDS, Cláudio Queiroz, disse que além do piso fabricado a partir do entulho, todo o projeto será baseado em fundamentos da gestão de resíduos, racionalização da perda, conceitos de sustentabilidade.
Encontrar entulho misturado a lixo orgânico em locais proibidos é uma cena corriqueira em depósitos clandestinos de lixo no Distrito Federal. Dados do Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade (Lacis) da Universidade de Brasília (UnB) apontam que 50% do volume de lixo no DF são de restos de material de construção. O que poucos sabem, e que os técnicos do Lacis trabalham para tentar reverter esse dado, é que 80% desse material pode ser reciclado. Os entulhos da construção civil — pedaços de tijolos, pedras, caliça, placas de concreto, madeira etc. — podem voltar a ser matéria-prima nos canteiros de obras.
De acordo com a diretora do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Fátima Có, são recolhidas, por mês, cerca de 70 mil toneladas de entulho das ruas do DF. O mais grave, segundo Fátima, é que não há pontos de transbordo para entulho, a não ser o Lixão da Estrutural. “Nosso projeto é implantar 70 bases, que chamaremos de Eco Pontos para depositar entulhos, mas ainda estamos trabalhando para conseguir realizar o projeto”, diz a diretora.
Sobras de concreto, argamassa, tijolos, cerâmica. A equipe do Lacis formada por professores e alunos da graduação e pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de Brasília (FAU) estuda uma tecnologia de reciclagem de resíduos sólidos para que os materiais sejam reaproveitados em novas construções, após separados do lixo orgânico e triturados em um moinho de martelo. O resultado é um novo agregado, muito parecido com brita, que pode ser usado para a fabricação de base e sub-base de camadas de asfalto, pisos, meio-fio, placas de revestimento.
Fábrica de blocos
De acordo com a coordenadora do projeto, a professora Raquel Naves Blumenschein, o planeta inteiro ganha com a reciclagem de entulho. “Reutilizando esses materiais, deixamos de tirar matéria-prima da natureza. A reciclagem é feita em outros países, mas aqui no Brasil a iniciativa é tímida”, ressalta. Atualmente os estudantes da UnB e técnicos que atuam no Lacis estão se dedicando à fabricação de bloquetes de concreto para pisos. O material será utilizado no piso da nova sede do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da UnB, que será construído em 2008. O trabalho faz parte do Programa de Gestão de Materiais (PGM), promovido pela UnB em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção do DF (Sinduscon).
Os resíduos utilizados para a fabricação dos bloquetes serão retirados dos canteiros de obras da UnB e de empresas ligadas à Ascolis. Funcionários da prefeitura da UnB foram capacitados para recolher e transportar os resíduos. A professora explica que o processo é simples. Depois de passar restos de concreto usados em calçadas, ou de cerâmica no triturador, basta misturá-los com outros compostos. “ Aí é só dosar a quantidade de areia e cimento, de acordo com a aplicação que desejarmos”.
O projeto de gestão de entulho do Lacis começou em 2004 em parceria com o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB). A UnB também conta com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Cerca de 1.650 trabalhadores em canteiros e obras já receberam orientações de como adotar a Resolução n º 307, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que ressalta a importância de minimizar os impactos ambientais causados pelo entulho. De acordo com a professora, poucas pessoas conhecem a resolução e com isso deixam de reaproveitar os materiais.
Na onda da sustentabilidade
Até agora, o bloquete para piso é o primeiro produto estudado pelo Lacir que terá uma destinação específica, a sede do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS). A aluna do projeto Paula Medeiros Rodolpho observa que é possível produzir outros produtos, a partir dos blocos. “Dá para criar outros tipos de revestimento para piso e fazer blocos coloridos para calçadas. Com mais estudo, também será possível desenvolver, a partir da base, argamassa de revestimento”, explica.
Os bloquetes foram testados no Laboratório de Construção Civil do Senai. Passaram por testes de controle de qualidade da matéria-prima e foram aprovados. Nesses testes é possível avaliar a quantidade de cimento que o agregado precisa para ser misturado de acordo com a finalidade. “Os testes são fundamentais para certificarmos que o produto vai desempenhar sua finalidade. O produto tem que passar pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas”, ressalta Henrique Tiveron, engenheiro civil coordenador do Laboratório de Construção Civil do Senai. O arquiteto que projetou a sede do CDS, Cláudio Queiroz, disse que além do piso fabricado a partir do entulho, todo o projeto será baseado em fundamentos da gestão de resíduos, racionalização da perda, conceitos de sustentabilidade.
Texto retirado deste Link.
Um comentário:
Boa tarde Sr. Devid Britto
Meu nome é Barbara Bastos, sou jornalista, e atuou como repórter e colunista da Revista Folha da Praia,um períodico que circula em toda região sul da Bahia.
Estamos fazendo um especial sobre construção civil.
Fazendo minhas pesquisas sobre o tema, descobri seu blog.
Gostaria de saber se sua formação profissional é em engenharia. Caso seja, gostaria de fazer uma pequena entrevista via e-mail. São apenas 03 perguntas, que o senhor responde, encaminhado juntamente com uma foto sua e uma breve desccrição sobre sua formação (cursos de especialização, etc). Colocarei as perguntas aqui
1- A carreira de Engenheiro é promissora? Por que?
2- O momento econômico atual favorece a ascenção da carreira de engenheiro?
3- Que tipo de profissional o mercado valoriza?
Peço apenas que responda com a maior brevidade possível, e aradeceria muito se fosse para amanhã. Estamos no fechamento da revista, correndo contra o tempo.
Desde já coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento, via email:bbastosb@hotmail.com
ou tel: (73) 8811949
Atenciosamente,
Barbara Bastos
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